30 de novembro de 2009

Seriedade não é sisudez, disciplina não é escudo, liberdade não é libertinagem



Aqueles que bem me conhecem, sabe que não tenho por hábito esconder-me atrás de pseudônimos e imagens. Tenho como política particular apresentar-me sempre que convocada e mostrar meu rosto, além de assinar tudo que por mim for escrito. Não sou daquelas que se escondem em nomes maravilhosos ou mesmos sob o nome de outrem para dar autenticidade àquilo que desejam ser. Meu nome é Elani e assim eu sou. Quando me casei fiz questão de manter o nome sob o qual fui registrada por motivos de convicção própria e comodidade, já que teria que mudar meus documentos.



Quando iniciada no Candomblé, foi-me dada escolha de usar um novo nome, afinal ali estaria nascendo de novo mas desta vez para a vida espiritual, porém minha Zeladora deixou bem claro que por mais que nasça uma nova Iaô, não deixa de ser o mesmo indivíduo e, daquele momento em diante tudo o que eu seria se daria pelo conjunto do que aprendi , do que sempre fui ao que eu escolheria ser junto aos meus Orixás e, não nasceria uma nova “Elani” e sim somariam-se fatos e momentos para que a velha “Elani” tornar-se alguém melhor. Foi assim que passei a ser chamada Elani d’Oxum e assim daquele momento em diante eu seria assim conhecida dentro do barracão. Na minha consagração como Zeladora, ou seja ,na minha obrigação de 7 anos, eu me comprometi a zelar por este nome e tudo aquilo que ele acarreta.



Sou conhecida pelo riso frouxo e pelo coração mole. Quanto ao coração mole, acho hoje, depois de sofrer um pouco com as angústias e desilusões, normais de qualquer Ser, endureceu um pouco, deixou de sujeitar a mente aos seus caprichos para tornar-se um pouco mais independente. Já o riso frouxo, esse ainda é um mistério. Não deixarei de sorrir e de rir ao momento que convier. A religião faz parte da minha vida e não haveria porque mudar. Não tornarei-me um pessoa sisuda, escondida sob a capa da religiosidade através de preceitos rígidos e superestimados. Não tolherei minha essência com a arrogância e regras de comportamento e postura que apenas serve para subjugar.


Minha casa, meu Ilê, meu Axé é como eu. Alegria, união e fraternidade por essência, o Orixá por fundamento e ajuda e solidariedade por finalidade, pois de que adianta tanto conhecer sobre o Orixá, ter títulos e comendas sem nada a oferecer àqueles que vêem a nós.


Filhos de Santo são livres, criados para o mundo assim como os filhos carnais. Tem liberdade de escolha e pensamento e desta forma são encaminhados por mim. Compartilho o conhecimento com todos, para que todos tenham clara e real noção do que é o Orixá e porque estão ali. Ensino-lhes o amor pelo amor ao Orixá, pois todo o conteúdo vem completando o ciclo do conhecimento e com amor cda Iaô é tratado, que acaba pro refletir


Deste modo, não me é necessário impor regras de comportamento, submetendo pessoas a praticas vexatórias a título de respeito. Tratamo-nos como seres iguais sob os olhos de Olorum e cujo respeito está implícito no bem viver. Conversamos sobre tudo sem formalidades desnecessárias que apenas fazem aumentar as aflições. Olhamo-nos nos olhos a qualquer momento porque lá é que está a sinceridade das palavras proferidas pela boca.


Elani de Oxum, assim sou e com as mudanças naturais que, com as graças de Oxum não passarão despercebidas, continuarei. Seja neste blog, em redes de relacioamento, na minha roça, em minha casa, em algum lugar que me encontrem ou em qualquer convite ou convocação é este nome que lá estará, só não está no RG porque a lei não deixa!(rs)

Muito Axé a Todos!

Elani d'Oxum

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