1 de setembro de 2011

Defeitos alheios






Tá aí uma coisinha difícil de trabalhar em nossas personalidades: Reparar e discutir os defeitos alheios. É tão mais fácil e divertido apontar aquilo que é diferente do outro que tentar verificar em nós o que está fora daquilo que adotamos como padrão.




O Candomblé foi passado até bem pouco tempo oralmente de geração em geração, então o quanto se perdeu ou se acrescentou no caminho? A Umbanda é a realização da universalidade, onde estão os santos católicos no sincretismo, os Orixás e tradições africanas nas divindades, o ritual índio nos caboclos com sua pajelança e as explicações kardecistas aos fenômenos que nos ocorrem e por aí vai. Então caros irmãos o que é o padrão? O que é o certo e o errado? Por que tudo o que foge do nosso normal é errado ou engraçado?




Cada casa é uma casa. Cada dirigente faz seus ritos como aprendeu e julga ser o correto. Então cada um aprende conforme o caminho que trilhou. Cada um de nós adquiriu hábitos, conhecimentos e mesmo os vícios de onde passamos; Alguns são benvindos, afinal nos acrescenta bastante formando o médium que hoje somos; já outros podem ser os tais defeitos, que para nós é perfeitamente normal enquanto para o outro não.




Eu mesma tenho a pretensão de dizer que alguns dos meus filhos, jamais se adaptarão em outras casas e tenho certeza que mesmo os mais reticentes que passaram pelo meu ilê levaram consigo muitas das minhas manias (rs!!). Tento passar aos meus filhos o melhor dos meus conhecimentos, mas sei que agregado vai também muitos desses tais defeitos e sinceramente espero que eles os corrijam e a mim também!




Reparar como outro se veste ou como ele anda, como o Santo dança ou se porta, sobe ou desce, ou não sobe ou não desce, fuma ou não, bebe ou não bebe muito ou pouco. Ficar a espreita apenas procurando os deslizes do próximo, convenhamos, é perder tempo, já que no trabalho espiritual há tanto a se fazer. Desde que não atrapalhe o bom andamento dos trabalhos, que mal pode haver? Será que estamos sendo preconceituosos com o diferente?




Vamos então parar de reparar o outro e fazer o prazeroso chiste daquilo que julgamos errado e vamos para o espelho procurar os nossos tais defeitos com olhar crítico que quem sempre procura fazer o melhor. Assim mesmo que detectemos um real erro em alguém, nós serenos o exemplo para o bem e será mais fácil trazer quem está se perdendo em caminho tortuoso.




Poupemos energias para usá-las corretamente. Sejamos humildes em reconhecer que somos seres falhos. Vamos respeitar o ponto de vista, a maneira de se por e comportar de cada um. Afinal como dizem os antigos, quando apontamos um dedo para o outro não reparamos que estamos apontando três para nós mesmos.




Muito Axé a Todos!