14 de novembro de 2013

Revendo 2013


 
 
Mais um... mais um ano está chegando ao fim mas com muito trabalho duro. Começou agitado (ou fui eu?) mas permaneceu assim e pelo que parece vai continuar até o finalzinho. Ainda não sei se é bom ou ruim,  mas vou levar com fé e amor no coração e depois vejo como é que fica. Sacrifícios.

Já abri o ano em meio alto estilo. Cercada de gente boa, muitos amigos, muita comida e bebida mais ainda entregue aos prazeres profanos. Completamente encharcada de espumante me joguei ao novo ano disposta e determinada a encarar o que viesse pela frente... E veio. Desafios.

As Águas de Oxalá serviram para abrandar o calor mas não apagou a fogueira, Oxalá misericordioso me banhou mas deixou ainda em mim a chama das brasas da forja de Ogum que tinha acabado de receber o novo ano. Oxossi em sua festa de caboclos mostrou-me que mais eu pedisse mais me seria permitido. Com um iaô  coroado do próprio Oxossi me agraciou com uma linda visão de caboclos na terra confraternizando e vibrando em prol a fartura e graças a ele nada faltou em minha Casa. Força.

Vi a cada dia que se seguia que estas palavras são verdadeiras: “Sonho que se sonha só é só um sonho, sonho que se sonha junto é realidade”. Arrumamos a Casa a espera do acontecimento que viria a marcar com ferro em brasa a minha vida. Comemoramos os 7 anos  do meu Ilê com todas as pompas que me foram permitidas. Cantei e dancei para os Orixás como a muito não fazia, louvando-os por me permitirem as portas abertas e com a garantia que ainda virão muitos mais. Inesquecível.

Os Pretos-velhos chegaram com sua paz e sua sabedoria seguidos pelos Ciganos que foram festejados do jeito simples, mas comunitário do jeito que tenda cigana deve ser. Lindo. Como é uma das poucas vezes que posso apenas cantar e dançar, o fiz com muito gosto e prazer apenas assistindo muita gente boa trabalhando. Os Exus se seguiram me dando surpresas inimagináveis de pessoas que jamais acreditei que pisariam em minha Terra para louvar a minha fé tão diferente da deles. Axé.

Mais um Iaô. Ogum. Que trouxe consigo outro membro a fazer mais uma escalada espiritual.  Muito trabalho, tanta correria mas no fim tudo certo com deve ser. Cada um ofertando aos Orixás seu ori da forma mais sublime possível. Xangô Chegou. O Ogum recém-coroado dançou em sua festa deixando clara a sua satisfação. Muitos abraços, cumprimentos e gratidão. Fiz o que devia. Trabalhei e fui reconhecida pelo próprio Orixá. Amém.

Nanã chegou me trazendo presentes de toda natureza. Louvamos a mãe dos lagos e depois, o meu aniversário. Nossa! Uma surpresa. Tantos abraços eu recebia tantos mais vinham e, melhor eu me sentia. O “Parabéns pra você” por aqueles que partilhamos o melhor de nós é inigualável. Que Oxalá me permita outros tantos! Obrigada.

Agosto e Obaluaê foi louvado em sua simplicidade mas com tanta fé e com revelações que só o Orixá-sol sob as palhas poderia me dar. Belo, altivo, lindo. Tudo que faço por ele é pouco porque mais ele me dá, mais faz por mim. Pipocas,  sua única exigência, regadas de amor e compaixão. É meu velho...são tantas as vitórias... Saúde.

As crianças agitaram todo o Setembro. Desde o início dos preparativos a Casa já estava em festa e muitíssimo agitada. Parecia pouco tempo para tantas idéias. O céu foi o tema. A criatividade e muita vontade e fizeram o céu descer em minha Casa. Com direito a tantas estrelas quanto pudesse contar, anjos abençoando e muita, muita fartura às crianças, também aqueles que já não são crianças puderam partilhar desse pedaço de azul sobre a terra. Amei. Sonhamos juntos mais uma vez. Sensacional.

Mãe Oxum me deu mais um ano a comemorar. 12 de Outubro, 16 anos de feitura. Nossa como o tempo passa rápido. Sem pompas com foi desde o início, ela foi louvada. Não podia deixar de fazê-lo. Dona da minha Casa, dona da minha vida. Respeitada e amada foi reverenciada como só uma mãe amorosa como ela pode ser. Mais ainda por vir...Emoções.

Novembro chegou com mais trabalho. Mais um Iaô. Eu pedia mais e Obaluaê me provando que o menos é mais. Planejamento, sincronismo. Perfeito. Pude em meio as andanças revisitar o meu passado, tantas lembranças. Minha infância, minha juventude. Eu fui feliz. Eu na porta do lugar que marcou minha existência. Segurando todas as lágrimas. Não quero mais chorar. O tempo passou. Agora sou adulta. Mas não terminou. Chorei ainda os que se foram em finados. Saudade. Mais um passeio ao passado, mais lágrimas contidas mais sentimentos revisitados. Por que? Não sei. Obaluaê um dia vai me explicar. Foi bom. Eu precisava. Pactos e promessas.

Agora espero o Dezembro. Quero as todas as águas que me forem permitidas. Quero rodopiar o Terreiro com Iansã e mas chorar com Oxum só se for de felicidade. Quero partilhar alegrias, confraternizar. Quero todos sorrindo e solidários. Irmãos. Quero Papai Noel como nas noites com o velho. Quero outro Reveillon como o do início deste texto. Será que ainda posso pedir alguma coisa? Quero... E que assim seja!

Muito Axé para Todos!