Quando pensamos em um grupo de trabalhadores espíritas
pensamos em um grupo de pessoas reunidas em um mesmo local com o propósito da
caridade. Acreditamos que todos estão reunidos em um só pensamento, por uma
única causa, por um mesmo propósito.
Sim, o fim pode ser o mesmo, todos ligados em prol ao bom
trabalho espiritual, mas esquecemos de ver que os meios podem ser diferentes.
Cada um tem seu papel na Casa e com diferentes formas de execução. Graças a
Deus.
São as diferenças que fazem o bom trabalho. São as
diferenças que se completam e dão o perfil mais aprimorado. A diferença trás
o equilíbrio. É na diferença que aprendemos que somos únicos e que o outro trás
consigo na sua unidade algo que nos completa, aquilo que falta em nós.
Na Casa é fácil aprender o fundamento. O bom senso se
encarrega de ensinar tudo mais que precisamos. Trazemos conosco nossos Guias e
Protetores que se prestam todo o tempo a nos ensinar o que e quando fazer. O
difícil está em lidar com o material humano.
Vamos deixar a diferença ser o elo. Vamos buscar que nosso
trabalho, nossos objetivos serem contaminados pelo bem que o outro tem a oferecer.
Vamos ouvir o que o outro tem a ensinar, vamos fazer essa colcha de retalhos
que é a nossa Umbanda ser mais rica e bela para que ela possa agasalhar quantos
mais precisem.
Podemos aproveitar o tempo que nos reunimos antes ou depois
dos trabalhos para um diálogo constante, aberto, sincero. Nesse momento em vez
de ter o dedo em riste avaliando o outro, vamos aproveitar para adquirir
conhecimento ou no mínimo aprender a ouvir. Podemos em meio a conversas claras
obter ensinamentos que nos faltam e ao mesmo tempo passar adiante conhecimentos
guardados que só valem se transmitidos.
Dentro da Casa
habitam todos os pensamentos desde o veterano que rejeita as novas
idéias dos recém-chegados porque só ele é o detentor absoluto da experiência;
como também o recém chegado faminto de conhecimento como também aqueles que permanecem
em cima do muro apenas seguindo ordens ou copiando e até aqueles que nada fazem
por nada querem fazer, apenas limitam-se a receber os benefícios. Dentro deste
universo devemos encontrar o veio principal e fazer com que todos sejam falem e
sejam ouvidos a fim de traçar o melhor para o trabalho.
Cabe a direção atuar como professora, mediadora, aglutinadora, pacificadora,
como líder e não como chefe ou dona de coisa alguma. Mas também cabe a cada
membro avaliar-se, em momentos de meditação, colocar-se me autocrítica e
verificar qual o seu papel no todo, qual a sua contribuição. Deste modo podemos levar o grupo a se debruçar sobre o
que está sendo feito, discutir sobre as dificuldades e possibilidades,
mantendo, aperfeiçoando ou corrigindo o
for necessário.
Viva as diferenças. Vamos beber das diferentes fontes que
nos são oferecidas na forma do outro para que possamos ajudar ainda mais gente
ou no mínimo trabalhar para conquistar nosso “cantinho no céu”. O que seria do
azul se todos gostassem do verde?