8 de junho de 2009

Exus e Pombagiras



Assim como S.Jorge, o guerreiro romano, foi associado à figura de Ogum, o grande Orixá das batalhas e vencedor de demandas; Oxalá, o mais proeminente Orixá africano à Jesus Cristo e Iansã à figura de Santa Bárbara, assim foi com todos os Orixás, mas restava Exu. As características de Exu, tão próximas do ser humano, assim como, as suas representatividades, como o falo sempre ereto - visto negativamente pelos religiosos cristãos -, levou-o a um sincretismo extremamente infeliz com o diabo cristão. Exu, que na cultura africana era um Orixá, ainda que muito mais próximo ao ser humano, deixa de ser ícone positivo e passa a ser totalmente negativo.
Existem dois portadores do nome Exu. Um é o Orixá Exu. O outro, são os Guias chamados de Exu (espíritos) que vêm com características, seus gostos, seus hábitos semelhantes ao Orixá,. porém esses Exus são subordinados a um Orixá regente, que pode ser Omulu, Xangô, Oxossí ...
De forma geral podemos perceber que Exu tem duas características bem distintas. A original africana, um Orixá, ou seja, uma Divindade e outra completamente diferente, a da Umbanda, quando se apresenta sob a forma de um espírito desencarnado. No entanto, nas duas versões tem uma mesma função de mensageiro, o que leva os pedidos e oferendas dos homens aos Orixás. É ele quem traduz as linguagens humanas para os seres superiores. Por isso, é imprescindível a sua presença para a realização de qualquer trabalho, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados. Possuem a função também de proteger o terreiro e seus médiuns.
O poder de comunicar e ligar, confere a ele também o oposto, a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Se possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, cemitérios, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas de entradas e saídas.
São reconhecidos por nomes dos mais variados: Marabô, Tiriri, Mirim, Miséria, Morcego, Capa Preta, etc. Temos ainda Exu Veludo, Gargalhada, Toquinho, Marabô, Do Lodo, etc... As diversas Pombas Giras também têm várias denominações. Maria Padilha, Mulambo, Navalha, Pomba Gira Cigana, Maria Quitéria, etc...
Seu símbolo é o tridente e a eles também se consagrou a Segunda-feira (dia para oferendas), tem preferência pelas bebidas destiladas, em geral a cachaça e as pombagiras apreciam muito o champagne, gostam de vestir-se bem em cores preta e vermelha e lhes agrada charutos ou cigarros, cachaça ou outra bebida de agrado é bem vindo. Rosas, quase sempre vermelhas ou amarelas são presentes muitos apreciados pelas pombogira.
Do mesmo dos Orixás e para homenagear lhes por seus trabalhos, no dia 13 de junho, comumente, os terreiros promovem as festas para os exus quando então eles cantam, dançam e atendem aqueles que precisam de sua ajuda. Não é diferente em minha casa, oferecendo-lhes neste dia,presentes e uma linda festa a esses incansáveis guardiões.





Salve Exu! Salve Pomba Gira! Laroyê Exu!
São 12 horas em ponto e o sino já bateu. Sei que nesta hora, pela força do vento a poeira vai subir, e com ela também subirá todo o mal que estiver no meu corpo, no meu caminho, na minha casa e assim afastará da minha vida. É com a força e o Axé de Todos os Exus que meus caminhos, a partir deste momento em que os ponteiros se separam, estarão livres de todos os males materiais e espirituais, pois a luz que clareia seus caminhos também há de clarear os meus.
Salve Maria Padilha! Amiga, companheira, guardiã dos meus caminhos e em todas as horas!

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